28 de dezembro de 2011

Depressão

Há quem lhe chame a doença da moda, a doença de quem não tem nada para fazer ou nada para inventar, a doença de quem procura atenção.
Quero apenas dizer que ninguém está livre desta doença. Situações quotidianas podem desencadear uma série de comportamentos que geridos de forma menos estável nos mergulham em sentimentos depressivos. Todos nós passamos por isto, o que é certo é que alguns de nós têm uma natureza mais forte, lidam com isto de forma mais saudável e ultrapassam estes dias menos bons sem problemas. Aqui, temos presente a eterna díade meio-hereditariedade.
Existem vários sintomas que podem indicar a presença de uma depressão, ignorando listas de manuais, indico de seguida aqueles que todos podemos identificar facilmente. Falo de alterações no estado de humor, irritabilidade, choro fácil, falta de motivação, sentimento de incapacidade, desleixo a nível pessoal, tiques nervosos, início de comportamentos viciosos sem razão aparente.
São sintomas fáceis de identificar pelo próprio e que podem ser indicadores do início de um estado depressivo. Saliento que estados de humor depressivos podem surgir temporariamente, como resultado de uma situação ou conjunto de situações com as quais o indivíduo não sabe lidar da melhor forma, e por isso podem também ser passageiros e não recorrentes. Compete ao indivíduo possuir a capacidade e competência para modificar comportamentos e formas de "coping", e caso não seja sucedido, recorrer a orientação profissional, colocando desta forma um ponto final nos estados depressivos.

12 de outubro de 2011

Perfeição

Perfeição: caracteriza um ser ideal que reúne todas as qualidades e não tem nenhum defeito.

























Quem vê o defeito nesta imagem??


Não existe. Não há perfeição no corpo humano, a perfeição está no ideal da própria pessoa e não das pessoas que a observam, que a criticam, que a negam, que sobre a sua imagem constroem uma personalidade, uma maneira de ser, um preconceito.


Perfeição é o que cada um quer alcançar de si, e não aquilo que esperamos do outro, a isso chama-se ilusão!!

21 de setembro de 2009

Dr. Love

As preocupações de amor são uma constante em conversas entre amigas.
Muitas vezes não sabemos o que responder porque nós próprias estamos numa situação parecida, nestes casos limitamo-nos a dar exemplos da nossa também não perfeita relação, o que simplesmente perturba ainda mais a nossa amiga.
Como podemos ajudar a nossa amiga numa ocasião destas?
Pode levar muito tempo a construir uma relação, e mais ainda a remediar uma, no entanto, e numa de levar as coisas com calma e um riso nos lábios, experimentem ler e dar a ler um livro para mulheres sobre homens escrito por um homem.

É uma lufada de ar fresco



10 de dezembro de 2006

Tradições de Natal.

Este fim-de-semana deparei-me com várias situações caricatas, ficando de boca aberta em algumas delas.
Primeiro foi num restaurante de fastfood. Observei várias famílias com crianças, até aqui tudo bem, o mais grave foi quando reparei que crianças com menos de três anos, que mal chegavam com a cara à mesa estavam com um hamburger maior que elas na mão, enchendo a boca de batatas fritas e a beber gasosa. Pensei para mim "Mas que pais são estes?".
De seguida e depois de observar tal fenómeno repetidamente por cada mesa do restaurante dirigi-me para o centro comercial. Estava sentada num banco frente a uma loja de brinquedos e voltei a observar comportamentos menos próprios tanto em pais como em crianças. Famílias inteiras aproveitaram o fim-de-semana prolongado para passear com os filhos e ver as montras, tudo bem eu estava a fazer o mesmo. Começei a reparar numa mãe que se sentou a meu lado enquanto o marido e os filhos devoravam a loja de brinquedos, de vez em quando os filhos vinham cá fora chamar a mãe para ver um brinquedo que eles queriam, e ela lá ía, a situação repetiu-se vezes sem conta. Estamos no Natal é certo, mas onde estão os pais destas crianças? sentados num banco à espera que os filhos escolham as suas prendas de Natal e depois os informem disso? Não estou a dizer que devem ser os pais a escolher as prendas dos filhos sujeitando-se depois a que estes não gostem do que lhes foi oferecido, mas se estamos em Roma sejamos Romanos. Se é Natal e estamos "engolidos" numa sociedade consumista e que nos leva a celebrar o Natal com prendas em vez de comunhão então vamos aproveitar estes momentos para cultivar relações.
Não abandonem os vossos filhos no Natal.
Pode parecer forte ou sem sentido mas é uma frase que muitos pais deviam ter presentes constantemente. Quando se deslocam a centros comerciais com os filhos não os deixem escolher as prendas SOZINHOS, vejam com eles e tentem perceber os gostos deles, dêem conselhos sem necessidade de autoridade, façam desse momento um momento familiar.
Quantos pais se dirigem a Psicólogos porque vêem a sua relação com os filhos ameaçada e não sabem explicar porquê?
A relação com os vossos filhos está nas vossas mãos. Saber aproveitar os momentos e rotinas e transformá-los em momentos de família.
Aluguem um filme de Natal, vejam-no com os vossos filhos, se compram jogos para as consolas joguem-nos com os vossos filhos fazendo torneios entre pais e filhos, garanto que serão motivo de riso para eles mas faz bem rir em conjunto; escolham prendas de Natal em conjunto, deixando sempre espaço para uma surpresa; peçam ajuda aos vossos fihos na cozinha para fazer os doces de Natal, deixem-nos brincar e sujar-se.

Se o Natal não é comunhão então não vale a pena!!!

17 de novembro de 2006

Uma mãe ideal



Reparei neste subtítulo hoje numa revista sobre bebés enquanto deslizava o olhar numa banca de revistas.
Não admira que o mundo esteja carregadinho de pais deprimidos.
É com títulos destes que milhares de pais se deparam todos os dias, e se sentem impotentes e desencorajados. Num acto de desespero compram a revista e, quando chegam a casa, sentam-se no sofá e desligam-se de tudo o que as rodeia, do marido que pede ajuda para colocar uma panela no fogão, dos filhos que após o dia de escola estão cheios de novidades e desejosos de as partilhar com os pais.
Neste pequeno espaço de tempo em que se abriu a revista, numa tentativa de absorver técnicas e magias para melhorar a sua ideia de mãe, esta mãe acabou de perder momentos importantes da sua relação com os filhos.
Não existem fórmulas mágicas, mas existem sim oportunidades que nos são dadas por quem de melhor sabe, as crianças.

11 de agosto de 2006

Fármacos...

Hoje em dia, e parece que cada vez mais, existe alguma confusão entre a Psicologia e a Psiquiatria. Confusão essa sem qualquer sentido.
Colocando, ou tentando colocar, de lado a "rivalidade" entre Psicólogos e Psiquiatras, tentarei esclarecer algumas dúvidas. Uma vez que dediquei este Post aos fármacos, vou-me debruçar apenas sobre este aspecto, não falando de outros que possam parecer mais lógicos de se falar.

Perante uma dificuldade na vida de uma pessoa existem sempre duas escolhas, senão mais, ou deixamo-nos levar e derrubar por essa dificuldade, ou levantamos os braços e seguimos em frente.

Recorrer aos fármacos pode, para muitas pessoas, parecer a melhor forma de seguir em frente, no entanto, não o é. Ao contrário de quando estamos com uma dor de cabeça tomarmos um comprimido permite-nos sentir bem e continuar com o nosso ritmo, quando o problema é do foro psicológico ou emocional o efeito do fármaco é retardante, ou seja, apenas adia o inevitável.

A administração de fármacos é utilizada em Psiquiatria em casos mais graves de Psicopatologia, no entanto, cada vez mais pessoas com sintomatologias leves recorrem a Psiquiatria para que lhes seja administrado um fármaco para, dizem elas, ultrapassarem o problema mais rapidamente, ou para "acordar quanto tudo tiver passado". Esta ideia pré-concebida é errada, já um professor meu na Faculdade dizia "para crescer é preciso sofrer".

Existem casos em que é necessário administrar fármacos, contudo, em casos de depressão, luto e outras sintomatologias do foro emocional é aconselhável que a pessoa esteja na posse das suas capacidades em todo o processo de ajuda, é fundamental que a pessoa perceba todo o processo e esteja consciente de todas as alterações físicas, emocionais e psíquicas a que estará sujeita.

A tomada de consciência é o primeiro passo em todo o processo, passo esse largamente adiado pela administração de fármacos.

Uma questão de Ética

Várias vezes tenho sido questionada sobre a ética em Psicologia.
Perguntas do tipo:"Porque é que não podes dar consultas a conhecidos?". A resposta, lógica para nós profissionais, nem sempre o é para as outras pessoas.

Porque razão não podemos nós Psicólogos exercer a Psicologia com pessoas com as quais partilhamos laços familiares, de amizade ou de amor?
Muitas pessoas chegadas a um consultório procuram no Psicólogo um amigo, um erro comum uma vez que o Psicólogo não pode tomar esse lugar na vida do paciente, o Psicólogo é um profissional e é esse o seu papel.

Na vida de uma pessoa os amigos ocupam um papel bastante importante, tal qual como a família, no entanto, algumas vezes sentimos necessidade de falar com alguém que não faça parte deste leque de conhecimentos. É nestas alturas que precisamos de outro tipo de apoio, de ajuda por parte de um profissional.

A diferença entre falar com um amigo e com um profissional consiste no facto de não sermos alvo de qualquer aprovação ou desaprovação, coisa que tememos sempre quando falamos com alguém amigo.

Da parte do Psicólogo, falar com alguém com quem possui qualquer laço não profissional é impensável,o seu trabalho ao invés de ser facilitado era multiplicado. Quantas vezes já tentou falar com algum amigo um assunto sério e sente que não é capaz, que o outro não vai aceitar o comentário ou a opinião, ou que o outro não vai se abrir consigo? Agora imagine o trabalho de um psicólogo nesta perspectiva. O Psicólogo precisa de criar uma empatia pura com o paciente, sem quaiquer medos, resistências e desconfianças, de forma a poder perceber o que se passa com o paciente e proceder a um feedback e apoio incondicional.

Outra questão que se coloca é a implicação que a relação profissional entre o psicólogo e o paciente pode ter na relação de amizade entre ambos. Qualquer desacordo em ambiente profissional pode afectar a relação de amizade, ou vice-versa.

Por estas razões, entre outras, surge a ética profissional da Psicologia, que não prevê qualquer relação entre um Psicólogo e o seu paciente.